sábado, 24 de julho de 2010

Do nome.

- Nome? Não sei. É preciso nomear?
Penso que palavras ditas são sentires que tentam elaborar-se. Conseguem?
Enquanto sentires, dançam livres pela mente. Enquanto dizeres, amarram-se. Dar sentido faz amarrar palavra na outra.
Sabe, moço...talvez, o que é de intensidade não se possa nomear. Intensidade escapa ao 'dar sentido'.
Sem-tido. Dar sentido, seria não mais ter?
Sentido. E não é esse o passado do verbo sentir? Então, dar sentido seria não mais sentir?
- Dê um nome, e a coisa passa.

O que é real foge à linguagem. Prega peças nos sentidos. Realiza-se, apenas. Acontece.
MP

3 comentários:

  1. maravilhosa prosa poética. filosofas e escreves mais que bem. vou reler e rever e sentir no prensente e que este dure um bom tempo.
    abs

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  2. Perguntas, mas já sabes que vais convencer com a imagem do teu tão "bem" sentido, Mary.

    Muito, muito lindo...

    Beijos e ótima semana!

    Moni

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  3. Li hoje mesmo:

    "A linguagem pode destruir". (Carpinejar, ao comentar o livro "Magnólia", da Marcia Tiburi).

    Mary, vou ser repetitiva, não há como não ser:
    você arrasa!
    Gostei muito da tua escrita!

    Um bjo,

    Talita.

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