terça-feira, 13 de julho de 2010

Da(s) ventania(s)


Ele era meio vento. Sem contornos ou formas.

E ela, aprendera que ele chega sorrateiro,
faz-se gravar na pele, e então passa.
Até a próxima ventania.

E o que sabemos nós, da vida,
senão daquilo que se faz gravar na pele?

Pele. Vento.
E onde vai esse vento que sopra sem ninguém notar?
Esse vento que sentimos apenas nós.
Que faz embaraçar os cabelos, nós.

Brincaram de desenhar palavras na pele,
escritas à digitais.
Seus corpos (con)versavam, entendiam-se.
Ventania. Respiração. Falta dela. Paz.

E quanto tempo o vento leva até o próximo vendaval?

Ele segue escorrendo, o tempo,
a derramar-se paciente em seus corpos urgentes.
Lavando os vestígios. Levando os versos. Apagando as digitais.
Até a próxima ventania.

5 comentários:

  1. "E o que sabemos nós, da vida,
    senão daquilo que se faz gravar na pele?"

    isso é lindo por demais, demais!

    agradicido imensamente pelo comentário no um-sentir.

    gostei muito muito daqui.
    já sigo.
    já já volto ^^

    beijo!

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  2. Mary,
    ótima metáfora da vida
    (e do amor, ai...)

    Gosto demais daqui!

    Bjo,

    Talita.

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  3. Coisa linda né... E boa! Esse vento soprou aqui no meu quarto hein! Mas, me pareceu um vento litorâneo, um vento de verão e não essa droga de vento frio aqui de Porto Alegre! Barbaridade!

    Um abraço!

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  4. "apagando as digitais..."
    Imagem linda
    acabo de postar, causalmente, também sobre o vento...
    abs

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  5. E os dias, o que são, além de eternas ventanias?

    Coisa bonita!

    Beijo, flor

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