sábado, 2 de julho de 2011

Contradição

...

mas, a gente sabe tão pouco dessa vida.
E corre de pés descalços feito criança livre.

mas, a gente teme tanto o viver
e entorpecemos nossos corpos em copos tão cheios que só testemunham nosso vazio.
E a gente teme tanto a morte
que acaba por não sentir a vida

A gente sonha tanto, tanto
E mantém-se desperto para realizar.
Esquecemos que o abrir dos olhos cessa sonhos.

A gente lembra tanto, tanto nessa vida.
E corre atrás do futuro mesmo estando no presente e não se desvencilhando do passado.
A gente é tudo a um tempo só.
E é só quase o tempo todo.

A gente sofre é de reminiscências.
A gente sofre a troco de nada.
E vive a troco de não sofrer.

a gente sabe tão pouco dessa vida, tão pouco.

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Um comentário:

  1. Adorei particularmente os dois versos iniciais (e a repetição no verso final).
    Tem horas em que o não-saber é a nossa mais preciosa liberdade.
    Abraços!

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