sábado, 14 de agosto de 2010

Dos excessos.

 E quando ele pedia calma, 
ela lhe mostrava alma. 
Diziam por aí ser uma urgência de viver.


Sobravam-lhe palavras 
a passear 
pelo corpo. 
Já não mais conheciam 
caminho de fazer verso. 
Sobrava-lhe excesso. 
Excesso de falta.
Palavras simbolizam faltares 
que dilaceram 
só corpo e alma.
Alma só e corpo só.
Teu silêncio 
continha o mundo.
Completude que não clamava 
por palavra.

Ah, moça indômita! 
Sempre tão crua 
e dilacerante. 
Teus excessos 
fizeram vazio teu moço. 
Excesso de amores, 
olhares, cores, 
sabores, ar-dores.
Ar que lhe encheu
os pulmões 
sem permitir-lhe
expirar.
Há tantas palavras 
que não sabem 
ser verso, 
fazem apenas 
sufocar.

Um comentário:

  1. todo urge com poesia e alma...
    coisa cara e rara que vejo aqui.
    tudo em ex-cesso
    beijo

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